top of page

Em sua primeira exposição individual na América do Norte, o artista brasileiro Maxwell Alexandre apresenta pinturas novas e já existentes de sua série em andamento *“Pardo é Papel”* (2017–), que retratam retratos coletivos celebrando o empoderamento, a autoestima e a prosperidade do povo negro. Suspensas do teto da galeria, as pinturas em grande escala de Alexandre formam passagens e recintos íntimos que envolvem os visitantes. Elas retratam cenas marcantes de lazer comunitário, intercaladas com imagens recorrentes de cunho religioso e referências à história da arte. Símbolos da cultura pop aparecem ao lado dessas imagens, incluindo representações de ícones culturais negros, como Beyoncé, Nina Simone e Elza Soares, e produtos comerciais de sua infância, como as populares piscinas plásticas azuis Capri, o iogurte Danone e o achocolatado Toddynho.

 

Desde o primeiro período de *“Pardo é Papel”*, *“A Vitoriosa”* (2017–), até a sub-série mais recente, *“Novo Poder”* (2019–), Alexandre tem pintado pessoas negras sobre papel kraft marrom, comumente chamado em seu português nativo de *pardo*. Embora o título principal da série se traduza diretamente como “pardo é papel”, em referência ao próprio papel pardo, historicamente o termo carrega um duplo significado como uma categoria racial ambígua no censo brasileiro. Ativistas argumentam que a categoria, baseada na aparência física dos tons de pele e não na ancestralidade, foi criada para obscurecer a identidade negra na população brasileira, reduzindo o percentual de cidadãos que se identificam como negros.

 

Ao contrário, Alexandre utiliza o papel pardo para afirmar a identidade, a representação e o empoderamento negros. Muitas das pinturas de *“A Vitoriosa”* são homenagens a músicos negros do Brasil e do mundo. Alexandre aproxima seu trabalho da influência do hip hop e do rap brasileiro ao se referir à sua série como “álbuns”, da mesma forma que seus colaboradores musicais — os rappers BK’, Djonga e Baco Exu do Blues — denominam conjuntos de suas músicas. As pinturas encomendadas para esta exposição, pertencentes à sub-série *“Novo Poder”*, têm como foco o público negro contemplando arte em museus e galerias, a fim de chamar a atenção para as dinâmicas de exclusão presentes nos espaços da arte contemporânea branca e ocidental.

 

Este catálogo totalmente ilustrado apresenta ensaios da curadora da exposição Alessandra Gómez e da pesquisadora Tina M. Campt, além de uma entrevista com o artista conduzida por Hans Ulrich Obrist e uma reflexão recém-ampliada de Maxwell Alexandre sobre seu trabalho. Projeto gráfico de Normal. Co-publicação de The Shed e Verlag der Buchhandlung Walther und Franz König.

 

Livro em capa dura, costurado com fio, 148 páginas, 19 por 27,5 centímetros

catálogo Pardo é Papel

R$ 400,00 Preço normal
R$ 280,00Preço promocional

Promo de fim de ano

Quantidade
    bottom of page